É totalmente possível eliminar a ginecomastia sem cirurgia, usando apenas remédios, mas (infelizmente) não da forma que a maioria das pessoas imaginam e nem em todos os casos.
O propósito deste texto é mostrar quais remédios para ginecomastia podem eliminar o problema sem intervenção cirúrgica, quando estes métodos funcionam e quais não passam de mitos que farão você apenas perder tempo.
A raiz do problema
Estrogênio é um dos principais hormônios responsáveis por desenvolver características no corpo da mulher.
Homens também possuem estrogênio e pequenas quantidades deste hormônio são essenciais para inúmeras funções vitais do organismo.
O problema ocorre quando há muito estrogênio.
Uso excessivo de álcool, estar acima do peso, dieta repleta de lixo industrializado, puberdade, uso incorreto de esteroides anabolizantes e manter um estilo de vida longe do saudável, tende a aumentar níveis de estrogênio.
Agora imagine que você tem níveis altos de um hormônio que gera características femininas, e “por sorte” este hormônio tem a capacidade de ligar-se nos receptores que estão na glândula mamária (no seu mamilo).
Algumas pessoas, por questões genéticas, possuem uma afinidade maior para fazer com que o estrogênio ligue-se aos receptores nas glândulas mamárias.
Neste caso, o resultado é o crescimento das mamas masculinas, algo que conhecemos por ginecomastia.
E a coisa não acaba aqui.
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Níveis continuamente altos de estrogênio poderão elevar outro hormônio chamado prolactina.
Prolactina é um hormônio que também pode aumentar os mamilos ao mesmo tempo que estimula a criação de leite (isso mesmo).
Claro, um homem jamais vai lactar com uma mulher, mas é possível ter crescimento das mamas por conta da prolactina e ainda sofrer com pequenas “descargas” de líquidos pelo mamilo.
Excesso de masturbação, algumas drogas e ficar estimulando o mamilo (sim!), poderão aumentar a prolactina, mas o pior problema está no descontrole do estrogênio.
Basta “desregular” o estrogênio sendo predisposto a ter ginecomastia e você vai ter o problema. Simples assim.
A boa notícia é que a partir do momento que você conseguir controlar o estrogênio, sua prolactina também estará sob controle e não haverá hormônios em quantidade suficiente para se ligar aos receptores do mamilo e gerar ginecomastia.
Se não há mais hormônios femininos ligando-se aos receptores do mamilo, eles vão parar de crescer e em alguns casos, diminuir – sem qualquer intervenção cirúrgica.
E como fazer isso ?
Como eliminar ginecomastia sem cirurgia
Quando uma pessoa finalmente entende que a ginecomastia é causada pelo estrogênio, a primeira ideia é tentar diminuir os níveis do hormônio o mais rápido possível.
Geralmente isto é feito através do uso de algum inibidor de aromatase como letrozol, anastrozol ou exemestano.
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Como estes medicamentos bloqueiam a conversão de testosterona em estrogênio (inibem a aromatase) e diminuem os níveis desse hormônio, já é possível prevenir e reverter casos leves de ginecomastia.
Mas se você já sofre com ginecomastia e quer eliminar sem cirurgia, esta é uma das piores rotas a seguir.
O problema com estes medicamentos é que eles podem derrubar violentamente os níveis de estrogênio no homem, e como já dito, nós precisamos de estrogênio para inúmeras funções no organismo.
Estrogênio em níveis adequados é essencial para ter crescimento ósseo saudável, apetite sexual, função cognitiva, humor, saúde cardiovascular e outras coisas extremamente vitais para saúde.
Isto significa que ao mesmo tempo que estrogênio pode ser péssimo, é extremante complicado “mexer” com ele.
Todo cuidado é pouco.
Além disso, usar medicamentos para diminuir o estrogênio, não trata a causa do problema.
Você não vai poder usar estes medicamentos para sempre.
Se a origem do problema não for tratada, assim que você parar de usá-los, o estrogênio vai subir e com força total.
Uma alternativa mais eficiente de remédios para ginecomastia
Uma maneira muito mais efetiva através de remédios, é usar SERMs como tamoxifeno e raloxifeno, ao mesmo tempo controlar o estrogênio naturalmente.
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SERM é uma abreviação para Selective Estrogen Receptor Modulator que em tradução literal significa Modulador Seletivo de Receptor de Estrogênio.
De forma simplista, um SERM é capaz de impedir que estrogênio se ligue em locais específicos do corpo, e SERMS como tamoxifeno e raloxifeno agem diretamente no tecido mamário.
Há estudos científicos com o tamoxifeno e raloxifeno mostrando que eles são capazes de reduzir ginecomastia sem cirurgia com relativa eficiência.
As dosagens usadas para reverter ginecomastia costumam ser de 10-20mg de tamoxifeno ou 60mg de raloxifeno por dia, até que o problema seja revertido.
Em um único estudo, o raloxifeno se mostrou mais eficaz que o Tamoxifeno em reverter ginecomastia, mas ambos tendem a ser igualmente efetivos em bloquear o estrogênio de se ligar aos receptores das mamas.
Mas raloxifeno costuma ser muito mais caro e com mais colaterais (como causar tromboembolia venosa em uma micro porcentagem de usuários).
As primeiras mudanças podem demorar até 6 semanas para aparecer e o tratamento pode durar quantos meses forem necessários.
Os estudos envolvendo Tamoxifeno, por exemplo, duraram de 2 a 9 meses.
Em suma, tentar reverter ginecomastia sem cirurgia, através de remédios, leva tempo. Não serão algumas semanas usando SERMs que resolverá o problema.
Apenas tenha em mente que estes afirmações foram retiradas dos estudos e não servem como orientação médica, muito menos possuem a intenção de substituí-la.
Além disso, cada pessoa possui um grau distinto de ginecomastia, sensibilidade diferente ao estrogênio e aos SERMs.
Falar que tamoxifeno e raloxifeno vai curar qualquer tipo de ginecomastia, seria uma mentira.
Portanto é sempre bom manter suas expectativas sob controle.
E com exceção dos SERMs, atualmente não há outra alternativa farmacológica para tentar amenizar ou eliminar o problema.
E eliminar ginecomastia através de exercícios ?
Sem dúvidas dar atenção especial ao treino de peitoral pode ajudar a disfarçar o problema.
Exercícios que trabalhem a porção superior do peitoral (clavicular), por exemplo, poderão gerar um contraste fazendo a parte inferior (que possui ginecomastia), parecer menor.
Os melhores exercícios para trabalhar a porção superior são exercícios feitos em um ângulo inclinado como supino e crucifixo inclinados.
Infelizmente, não é possível curar um problema que foi causado por disfunção hormonal através de exercícios, mas definitivamente ajudarão a disfarçar o problema.
Perder gordura também ajuda
Perder gordura em excesso é essencial para prevenir futuras ginecomastias e melhorar o aspecto do peitoral.
Existem enzimas que causam aromatização (convertem testosterona em estrogênio) nas células de gordura.
Quanto mais acima do peso você estiver, maiores serão as chances de você ter ginecomastia ou piorar o problema.
Na verdade, se você estiver acima de 15-17% de gordura corporal já é indicado iniciar um cutting.
Considere fazer uma cirurgia
Sim, eu sei. Você está aqui justamente porque quer evitar um procedimento cirúrgico para remover a ginecomastia.
Mas entenda.
A única razão para você evitar a cirurgia é realmente porque você não tem condições de realizá-la. Do contrário, ela será sempre a solução mais rápida e eficaz.
Sim.
Cirurgia de ginecomastia é um procedimento extremamente simples e que requer pouco tempo de recuperação.
Se você por alguma razão não pode fazer a cirurgia, tudo bem.
Mas muitas pessoas sofrem com o problema caladas e pensam estar buscando a solução mais rápida ao evitar a cirurgia, quando este é, na verdade, o caminho mais rápido.
E cuidado com a interpretação. O objetivo do texto é mostrar métodos para eliminar a ginecomastia sem cirurgia que funcionam, mas a cirurgia ainda é uma solução mais rápida.
Enfim, esperamos que este texto sirva de ajuda para que você cure o problema o mais rápido possível.
Referências
Estudo mostrando que Ralofifeno é mais efetivo que Tamoxifeno ao reverter ginecomastia puberal:
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15238910;
Estudos sobre a efetividade do tamoxifeno em reduzir ginecomastia:
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3526085;
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2237557;
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3123765;