Se você quer saber sobre como o clembuterol ou clenbuterol é usado na musculação para quem deseja emagrecer, você veio ao lugar certo.
Este é um guia definitivo com as informações mais atualizadas para 2024.
Aviso: Este texto tem caráter meramente informativo e não substitui uma orientação médica. Jamais use substâncias como o clembuterol sem o consentimento do seu médico, pois pode ser extremamente perigoso, especialmente se você não tem noção de sua saúde atual.
O que é clembuterol?
O clembuterol, também conhecido como Pulmonil e Brontel no Brasil, é um composto beta-agonista originalmente usado para tratar condições respiratórias como asma.
Ele atua estimulando receptores beta-2 no sistema nervoso que relaxam a musculatura lisa das vias aéreas, facilitando a respiração.
No entanto, relaxar as vias aéreas não é a única função dos receptores beta-2, que também são responsáveis por controlar o metabolismo e quebrar gorduras para transformá-las em energia (1).
Isto significa que o composto pode ser usado, também, como um termogênico, por quem quer emagrecer e acelerar a definição muscular.
É válido lembrar que o clembuterol não é aprovado para uso clínico em humanos no Brasil. Ele é utilizado principalmente na medicina veterinária.
- Veja também nosso guia sobre ioimbina, outro composto queimador de gordura.
Para que serve o clembuterol na musculação?
Clenbuterol no contexto da musculação é frequentemente usado para acelerar a queima de gordura para aumentar a definição muscular.
De acordo com o farmacêutico clínico e professor, Adam Abbas, ele é um dos compostos mais potentes no grupo dos adrenérgicos, destacando-se pela sua forte ligação aos receptores β-adrenérgicos.
Isso significa que, mesmo em doses relativamente baixas, ele é capaz de promover efeitos significativos na queima de gordura. Adam enfatiza que altas doses não são necessárias para resultados eficazes, e que o planejamento cuidadoso é essencial para evitar complicações.
Clembuterol realmente emagrece?
Sim, clembuterol emagrece. Porém, não se trata de uma pílula mágica.
Sua principal função é acelerar o metabolismo, o que faz o corpo gastar mais energia, mesmo em repouso. Ele também estimula a lipólise, ou seja, a quebra de gordura armazenada para ser usada como fonte de energia.
Esses efeitos explicam por que muitas pessoas associam, com razão, o clembuterol ao emagrecimento e aumento na definição muscular em geral.
No entanto, o que raramente se discute é a manutenção desses benefícios.
Por exemplo, você definitivamente queimará mais gordura em um ciclo, mas não é possível usar estimulantes do sistema nervoso, como o Clembuterol, indefinidamente sem aumentar exponencialmente os efeitos colaterais.
Com isto dito, assim que você suspender o uso do medicamento, você perde os benefícios relacionados à queima de gordura da substância e, caso o plano alimentar e de treinamento não estejam devidamente alinhados, pode readquirir a gordura que perdeu.
Não podemos nos esquecer também que o corpo desenvolve tolerância ao clembuterol rapidamente, reduzindo sua eficácia com o tempo.
Isso significa que, enquanto ele pode ser útil em contextos muito específicos e controlados, confiar nele como a “bala de prata’ que fará você emagrecer é um erro.
O processo de perda de gordura que funciona é o sustentável no longo prazo e é aí que métodos tradicionais, como dieta e treino regular, continuam a ser a base (e não o uso de substâncias).
Ciclo de clembuterol – como usar
O ciclo de clembuterol para perda de gordura mais comum é o protocolo de 15 dias de uso com 15 dias de descanso. Apesar de existirem outras formas de uso.
O indivíduo começa com a dose inicial de 20mgc faz aumentos graduais da dose a cada dia, até atingir a dose máxima que não costuma ultrapassar 120mgc para homens e 80mgc para mulheres e segue nessa dose até chegar nos 15 dias.
Exemplo de ciclo usando o protocolo de 15 dias para homens:
- 1º dia 20mcg/dia
- 2º dia 30mcg/dia
- 3º dia 40mcg/dia
- 4º dia 50mcg/dia
- 5º dia 60mcg/dia
- 6º dia 70mcg/dia
- 7º dia 80mcg/dia
- 8º dia 90mcg/dia
- 9º dia 100mcg/dia
- 10º dia 120mcg/dia
- 11º dia 120mcg/dia
- 12º dia 120mcg/dia
- 13º dia 120mcg/dia
- 14º dia 120mcg/dia
- 15º dia 120mcg/dia
Ao atingir o 15º dia o usuário fica 15 dias sem usar e então recomeça o ciclo.
Independentemente da dosagem total ou gênero do usuário, por razões de segurança, este protocolo de 15 dias on/15 dias off não costuma ultrapassar 16 semanas no total (dias onde a substância não foi usada estão incluídas neste tempo).
Lembrando que não há respaldo científico ou médico por trás dessas dosagens, isto é baseado em evidências empíricas – advindo de experiência de fisiculturistas e usuários recreativos.
Quais são os efeitos colaterais do clembuterol?
O clembuterol funciona como um estimulante do sistema nervoso, então seus efeitos colaterais estão diretamente ligados à sua natureza estimulante.
Os principais efeitos colaterais do clembuterol são:
- Tremores. Como a substância estimula o sistema nervoso central, causando tremores, especialmente nas mãos. Isso é comum no início e pode ser incômodo, mas tende a diminuir com o tempo.
- Aumento da frequência cardíaca. Devido sua natureza estimulante, ele acelera os batimentos cardíacos. Em doses altas, isso aumenta a estresse no sistema cardiovascular, exigindo atenção redobrada.
- Nervosismo. É como estar “ligado no 220V”, com uma sensação de que algo vai acontecer. Isso pode gerar desconforto psicológico, como ansiedade e irritabilidade, especialmente quando combinado com insônia.
- Insônia. Por sua longa meia-vida, o clembuterol pode dificultar o sono, mesmo tomado pela manhã ainda poderá haver insônia e dormir mal pode afetar outras áreas da sua vida.
- Cãibras musculares. O uso pode causar mudanças nos níveis de eletrólitos no corpo, especialmente potássio e taurina. É como se o músculo estivesse “desregulado” e contraísse sem motivo.
- Dores de cabeça. Alguns usuários relatam dores de cabeça persistentes e isso pode ser ainda mais evidente durante treinos ou esforço intenso.
- Tolerância e perda de eficácia. Não é exatamente um “efeito colateral”, mas o corpo cria tolerância, reduzindo sua eficácia. Isso pode levar algumas pessoas a aumentarem desnecessariamente a dose, o que eleva o risco de todos os outros colaterais.
Estes são os efeitos colaterais mais comuns e “leves” que podem ocorrer mesmo em doses baixas.
Há efeitos colaterais mais graves, mas que geralmente ocorrem quando há abuso, seja por doses muito altas ou por períodos prolongados de uso.
Entre os efeitos mais sérios estão pressão arterial elevada, batimentos cardíacos irregulares, tremores intensos e até crises de pânico.
Alguns estudos também sugerem que o abuso de clembuterol pode levar à hipertrofia cardíaca, uma condição que, em casos extremos, pode ser trazer sérias consequências de saúde.
Tudo isso torna óbvio que pessoas com histórico de problemas cardíacos na família, pressão alta/baixa, que fazem uso de medicamentos, que sofrem de algum problema crônico, não sabem da sua saúde atual, são sedentárias ou estão acima do peso deveriam ficar longe da substância.
Qual a relação do uso de cetotifeno e clembuterol?
O cetotifeno é frequentemente associado ao uso de clembuterol para ajudar a prolongar a eficácia do composto.
Como vimos, quando você usa clembuterol por um período contínuo, seu corpo se adapta, reduzindo a sensibilidade dos receptores beta-2 que ele estimula.
Isso é conhecido como “downregulation” e faz com que o efeito termogênico do clembuterol diminua com o tempo.
O cetotifeno entra aqui porque ele pode “resetar” esses receptores, mantendo-os mais responsivos mesmo durante ciclos mais longos, sem a necessidade de pausas frequentes.
Na prática, incluir cetotifeno no protocolo pode (há uma chance) que você use o clembuterol por períodos estendidos, como 4 a 6 semanas consecutivas, sem perder tanto da eficiência.
Além disso, o cetotifeno também tem propriedades sedativas leves, o que pode ajudar a minimizar alguns efeitos colaterais do clembuterol, como insônia ou aquela sensação de alerta constante.
No entanto, ele não elimina a necessidade de cautela com doses e tempo de uso – a ideia é melhorar o protocolo, mas não tornar o clembuterol uma solução milagrosa sem limites.
Perguntas mais frequentes
Clembuterol emagrece quantos quilos em quanto tempo?
Isso depende da dieta, treino e metabolismo cada usuário. Ele acelera a queima de gordura, mas sozinho não faz milagres. Em média, pode potencializar uma perda de 3kg ou mais em algumas semanas.
Qual a diferença entre clembuterol, pulmonil e brontel?
Todos contêm clembuterol como princípio ativo. A diferença está no nome comercial e apresentação: Pulmonil geralmente é em gel, enquanto Brontel e outros podem ser comprimidos ou líquidos.
Clembuterol é anabólico?
Tecnicamente, não. Ele não promove diretamente o crescimento muscular. Porém, pode ajudar a preservar massa magra durante dietas de déficit calórico, o que é útil em fases de definição muscular.
Conclusão
O clembuterol é um dos termogênicos mais conhecidos para queima de gordura, mas é importante entender que ele não faz o trabalho sozinho. Muita gente começa a usar e reclama por não ver resultados, mas, sem uma dieta ajustada para perda de gordura e uma rotina consistente de aeróbicos, os efeitos realmente serão mínimos.
Pensa assim: o clembuterol potencializa o que você já está fazendo, mas, se o esforço não está lá, ele não tem o que amplificar. Agora, se o seu comprometimento com dieta e treino é baixo ou você ainda está no começo da sua jornada, talvez nem valha a pena pensar em usar algo assim. Na real, recorrer a substâncias como o clembuterol sem antes dominar o básico é receita para frustração e, pior, para lidar com efeitos colaterais desnecessários.
Primeiro, aprenda a treinar direito, ajustar sua alimentação e incluir os aeróbicos na rotina. Sem isso, o clembuterol não vai trazer benefícios significativos – só vai aumentar os riscos. Quando você estiver com essas bases sólidas, aí sim faz sentido avaliar se ele é necessário para alcançar seus objetivos.
Referências
O Hipertrofia.org mantém critérios rigorosos de referências bibliográficas e dependemos de estudos revisados por pares e pesquisas acadêmicas conduzidas por associações e instituições médicas. Para obter mais informações detalhadas, você pode explorar mais lendo nosso processo editorial.
- JESSEN, Søren et al. Beta2-adrenergic agonist clenbuterol increases energy expenditure and fat oxidation, and induces mTOR phosphorylation in skeletal muscle of young healthy men. Special Issue – Research Article, [s.l.], 30 dez. 2019. Disponível em: https://analyticalsciencejournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/dta.2755